A Oficina de Azulejos Tradicionais surgiu das pesquisas realizadas pelo CECI, no âmbito do curso Gestão e Prática de Obras de Conservação e Restauro do Patrimônio Cultural – Gestão de Restauro.
A Oficina é um ambiente de produção de azulejos artesanais, através de equipamentos, materiais e técnicas tradicionais. É um local onde são realizados procedimentos de manutenção, conservação e restauro de azulejos históricos.
Você está convidado a conhecer as técnicas tradicionais da produção e do restauro de azulejos históricos. (clique aqui)
O azulejo tem sido utilizado há milênios - já se conhecia essa técnica cerâmica desde a construção do complexo de Saqqara, no Egito Antigo. A manufatura de azulejos atingiu o apogeu na Oriente (Pérsia) e, séculos depois, popularizou-se em Espanha e Portugal. Entretanto, diversas outras regiões fabricaram azulejos e exportaram seus exemplares para outros países.
Entre as colônias das Américas, o Brasil foi o maior consumidor deste material cerâmico de revestimento. Nos estados do Maranhão, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro encontram-se os maiores e mais significativos acervo de azulejos históricos.
A denominação azulejo histórico refere-se ao azulejo produzido pelo processo tradicional de manufatura, também conhecido como azulejo tradicional. Por tradicional entenda-se a transmissão do conhecimento através dos costumes e das práticas, pela via oral ,de lendas ou narrativas ou ainda por hábitos de valores que são passados de geração em geração.
No Brasil, interessa-nos os azulejos produzidos pelo holandeses e portugueses. Os primeiros trouxeram esse inovador material de revestimento para o Brasil no século XVII. Salvador e Recife são as cidades que ainda guardam silhares desse período. Os demais aportaram ainda no mesmo século – 1630, em Olinda, na Igreja do Amparo.
Antes de ser um elemento para fins decorativos, o azulejo surgiu na Europa com a finalidade de proteção das paredes contra a umidade. Na verdade, muitas das doenças eram atribuídas aos miasmas que exalavam dos pisos para as paredes úmidas. A qualidade mecânica de garantir a impermeabilidade e sanidade das paredes provocou a difusão do azulejo e seu barateamento.
A grande demanda pelos azulejos no século XVIII para os mercados dos mundos luso e brasileiro fez proliferar pequenas manufaturas cerâmicas sem os devidos cuidados com a seleção dos insumos (argilas, pigmentos, vidrados, p.e.), tempos de cura e queima das peças. Isto acarretou a partir dos séculos seguintes a rápida decadência desses azulejos.
Os azulejos históricos são peças cerâmicas com espessura de até 1,5cm, comumente de forma quadrada (11 x 11cm ou meio palmo), produzidas em fornos com temperaturas de até 1200 graus. A manufatura tradicional segue o seguinte roteiro:
Escolha das materiais primas do biscoito - argilas, talco, feldspato, chamote e filito; dos pigmentos minerais in natura e dos vidrados.
A escolha e seleção dos materiais e o processo de manufatura têm correspondência direta com a qualidade e resistência dos azulejos. Conhecer ou identificar o processo fabril é importante para as intervenções de conservação e restauro dos silhares.
Os elementos básicos do azulejo são: o suporte (alvenarias), a chacota (corpo cerâmico) e a ornamentação (pintura/vidrado).
Responsáveis Técnicos: Jorge Eduardo Lucena Tinoco, arquiteto